segunda-feira, maio 24, 2010

Viagem de Estudos as ruínas de São Miguel das Missões

















Viagem de estudos realizada no município de Saõ Miguel das Missões com o objetivo de auxiliar na disciplina de história.Atividade Coordenada pelas professoras Maria Aparecida Azzolin, Cristiane da Silva e Terezinha Oliveira.
Sete Povos das Missões
Em território brasileiro, foram criadas sete cidades, sete reduções missioneiras que ficaram conhecidas como os Sete Povos das Missões: São Borja, São Luiz Gonzaga, São Lourenço Mártir, São Nicolau, São João Batista, Santo Angelo Custódio e São Miguel Arcanjo.
Os jesuítas não foram santos. Eram soldados e agiam como tal em busca do objetivo. Com o uso da retórica e outros artifícios, forçaram guaranis a mudar o seu secular estilo de vida e a aceitar a religião católica como única forma de salvação. Porém, as reduções serviram também como forma de organizar os índios contra ataques de fazedores de escravos e de garantir um diálogo entre os antigos e os novos donos daquela terra. E se eles nunca tivessem vindo, teria sido melhor ou pior? Discussão que não levaria a lugar nenhum uma vez que, na história, não existe o condicional “se”.
Não os absolvendo, mas levando isso em conta, é impossível não reconhecer a produção cultural no apogeu dos Sete Povos entre os séculos XVII e XVIII. Muitos jesuítas eram mestres escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores. Esses europeus ensinaram aos guaranis técnicas artísticas, tentando reproduzir o que consideravam o padrão de civilização. Construíram-se instrumentos musicais tocados por orquestras indígenas. Produziram-se tecidos para vestimentas. Nasceram estátuas de santos e anjos em madeira policromada que adornavam o interior das igrejas e catedrais. Esculturas em arenito, telas pintadas a óleo, criando um estilo novo de arte, o barroco missioneiro. Os povoados eram projetados e seguiram padrões. O edifício mais imponente era o da igreja, que ficava de frente para a praça, centro de toda a vida social. Em volta dela, ficavam as casas dos índios e o cabildo, ou conselho dos caciques. De um lado da igreja, o colégio, a residência dos padres e oficinas. Do outro, o cemitério e o cotiguaçú, uma casa que recebia os órfãos e as viúvas. Atrás, o pomar e hortas dos jesuítas. Nas redondezas, fontes de água, olarias, cortumes, açudes e plantações.
Cada redução possuía dois jesuítas, um responsável pelos assuntos religiosos, outro pela administração da cidade junto com os caciques do cabildo. Alguns autores consideram as missões uma experiência teocrática e escravista, comandadas por padres-soldados que dividiam a manipulação do espírito com a cobiça comercial. Outros que foi uma experiência comunista - apesar das propriedade provada existir livremente. Porém, se considerarmos o contexto histórico, sua organização nos moldes ocidentais de civilização e desconsiderarmos a liberdade da alma - são lembradas como umas das maiores experiências de democracia em todo o mundo. Uma sociedade, vivendo em cidades, nas quais o bem público realmente estava acima do bem pessoal.
Por Leonardo Sakamoto


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